A destinação correta dos resíduos da construção civil contribui
para a reciclagem desses materiais e pode ser a saída para mudar as
estatísticas brasileiras sobre o setor
Segundo a
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abralpe), apenas 5% dos resíduos de obras são reciclados no
Brasil. Uma realidade bem diferente da vista em países desenvolvidos. Na
Europa, essa porcentagem chega a 95%. Os números mostram que muitas
empresas ainda não se adequaram à lei de 2 de agosto de 2010, que
instituiu a Política de Resíduos Sólidos.
Buscando não apenas seguir as leis que regem a construção civil, mas
também um estilo de gestão sustentável, a Construtora Carrara adota
medidas para diminuir o número de resíduos de obras no meio ambiente.
“Sabemos que muitas empresas e transportadoras clandestinas desovam o
entulho em rios, lagoas, lotes vagos e estradas vicinais. Por isso,
buscamos empresas que dão o destino correto aos resíduos, como aterros
credenciados/licenciados pela Secretária do Meio Ambiente, conta o
engenheiro da empresa, Rodrigo Castro.
Para se certificar de que a empresa responsável pelo transporte dará o
destino correto ao entulho, a construtora exige uma guia que confirma o
destino final do material. Segundo o engenheiro, essa ação mostra à
sociedade que as construtoras podem e devem assumir o compromisso de
serem menos poluentes: “Contratar caçambas que dão o destino correto aos
materiais facilita o acesso de empresas especializadas em reciclagem ao
entulho da construção civil. Assim, materiais como aço, madeira,
plástico e gesso são reaproveitados. O concreto, a sobra de tijolos,
cimento e areia também podem ser reciclados mais facilmente”.
Assim como a construção civil, o setor de arquitetura e decoração também
busca por práticas mais sustentáveis. A arquiteta Marina Dubal afirma
que está sempre atenta se o fornecedor ou produto especificado em seus
projetos não agridem a natureza. “Buscamos sempre nos atualizar com
relação aos materiais e fornecedores, de maneira que o projeto seja mais
consciente e evolua juntamente com o desenvolvimento de novas
tecnologias”, ressalta a profissional, reforçando a ideia de que, tão
importante quanto se preocupar com o destino final dos materiais,
deve-se também procurar saber sobre a origem dos produtos.
Marina dá exemplos de como ser sustentável: “O projeto arquitetônico é o
primeiro passo para uma casa ser sustentável. Busco uma arquitetura com
conforto térmico, ventilação cruzada e bastante iluminação natural.
Invisto também na iluminação com lâmpadas de LED, mais econômicas. Isso
porque a sustentabilidade não pode ser encarada como a volta as
cavernas, ao antigamente. A tecnologia é uma grande aliada da
sustentabilidade”.
Construções mais responsáveis e decoração consciente é o caminho. Com
essas duas andando de mãos dadas com do meio ambiente todos têm a
ganhar.
(via www.revistaengenharia.com.br)
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